sexta-feira, 22 de abril de 2016

O Boné do Homem-Aranha

Sabem aquelas noites revigorantes que nos enchem a alma e o corpo de energia e nos deixam prontos para enfrentar o corrupio do dia seguinte? Pois, eu também não.

Às 3h da manhã, aparece-me o meu filho mais velho no quarto. Não tenho a certeza das horas, mas o meu corpo dizia-me que eram 2h45/3h. Disse que tinha medo. Perguntei de quê enquanto ainda bocejava. Não sabia, mas tinha medo. Lá o deitei na minha cama e ali ficou umas horas até o P. o levar para a cama dele outra vez. Infelizmente, a nossa cama “ikea-size” não dá para muito mais que duas pessoas de estatura mediana sendo que uma com IMC necessariamente inferior a 18,5. E como o meu filho gosta de dormir em posição “anjo de neve” acabo a dormir com a bochecha esquerda em cima da mesinha de cabeceira.

Por volta das 7h da manhã - a minha bexiga assegurou-me das horas - aparece ele outra vez no quarto porque tinha feito xixi. Toca de lhe tirar a roupa. Deito-o na nossa cama para podermos desfrutar de mais uns minutinhos em estado de semiconsciência. Toca o despertador e começam as birras.

1-Queria o boné do Homem-Aranha;
2-Não era aquela camisola azul que ele queria;
3-Não eram aquelas calças que queria;
4-Nem aquelas meias;
5-Muito menos aqueles sapatos;
6-Ainda não tinha o boné do Homem-Aranha;
7-Não queria ir à escola porque já tinha ido ontem;
8-Não queria comer o iogurte;
9-Queria comer o iogurte;
10-Não queria mais iogurte;
11-Afinal queria o resto do iogurte;
12-Ainda não tinha o boné do Homem-Aranha;
13-Só tinha um brinquedo numa mão e a outra mão não tinha nada;
14-O casaco tapava a camisola azul que ele não queria no ponto 2;
15-Queria levar a mochila às costas;
16-A mochila era muito pesada.
17-Já não queria o boné do Homem-Aranha.


Isto tudo antes das 9h da manhã. O dia promete J

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